A Volta Internacional da Pampulha é uma prova especial. Ainda estagiária da Globo Minas, em 2000, quando nem trabalhava no Esporte, fui acompanhar a transmissão da corrida de rua mais tradicional de Belo Horizonte. Eu ainda não era uma corredora, mas ali acendeu a vontade de percorrer aqueles 18 km.
Incentivo em casa, eu sempre tive. Ao longo de toda a minha vida, sempre vi minha mãe trabalhando muito e malhando também: musculação, natação, ginástica… Um dos meus irmãos sempre gostou de malhar, jogou vôlei, chegou até a fazer Educação Física, mas o esporte virou mesmo um hobbie: atualmente nada, malha e tenta dar umas corridinhas de leve.
Outro irmão era triatleta nas horas vagas. Adoooravaaa ir às competições dele. Aquela correria de vê-lo saindo da água para a transição da bike, enquanto a gente corria pro carro… e só ia achá-lo lá na frente, na estrada. Era um orgulho e uma adrenalina de quem queria fazer isso um dia…
Mas só virei corredora em 2005, quando completei minha primeira Volta Internacional da Pampulha. Adorava a rotina de treinos, adorava cada quilômetro a mais percorrido durante a preparação. Adorava o friozinho na barriga, aquela ansiedade de quem já havia feito o percurso durante os treinos, mas de quem completaria um objetivo, realizaria um sonho pela primeira vez.
Já completei a prova quatro vezes, uma mais diferente do que a outra. Em 2005, meu melhor tempo, 1h52. Em 2008, uma loucura. Sem treinar, fui na empolgação dos amigos, foi a prova mais difícil fisicamente: 2h27 entre corrida e caminhada. Passei dois dias com os joelhos doendo muito. Não faço isso nunca mais na minha vida!
Em 2009, até achei que não daria pra fechar os 18 km porque tinha começado a treinar dois meses antes da prova, mas o treinamento mostrou que era possível e completei em 2h09. E a última, a mais emocionante de todas! Em 2012, tive o prazer de correr e contar a história dessa corrida em uma matéria para o Globo Esporte. Foi o meu maior desafio: treinar correndo e gravando, falando muito, pra conseguir fazer isso durante a prova. E foi naquele ano a mudança de sentido, quando a largada/chegada foi no Mineirão com uma subidinha boa no finzinho. A prioridade não era o meu desempenho, mas transmitir para o telespectador as dificuldades e a alegria de participar da Volta da Pampulha. Resultado: 2h18, choro e muita satisfação!
Só de me lembrar daquele dia, eu fico emocionada. Principalmente agora, época da corrida. Este ano, eu decidi não correr, porque não estava conseguindo aumentar a distância nos treinos e porque queria que a minha próxima Volta fosse melhor do que as anteriores. Um nível de exigência alto, que eu acredito possível com uma boa base de treinamento. Deu aquele aperto no coração ao ver as fotos e imagens da corrida. E deu muito mais vontade de completar a Pampulha em 2015! Que venham os treinamentos!
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