Aos 34 anos, Taís Lobato, estudante de Análise e desenvolvimento de sistemas, está muito bem com o corpo dela. É uma das poucas mulheres que conheço que não quer e não precisa emagrecer, mas quer manter a saúde e sair do sedentarismo. Com 1,69m de altura, o peso dela varia entre 65 e 67 kg e ela está muito satisfeita com isso. Mas nem sempre foi assim: “Minha vida inteira fui gordinha. Aos 24 anos, comecei a engordar e não parei mais.”
Aos 26 anos, Taís chegou ao limite do peso e da razão. Pesava 145 kg e não conseguia emagrecer. “Tentei de tudo, inclusive reeducação alimentar com nutricionista, mas não conseguia por causa da dependência psicológica da comida. Então tentei tratamento com endocrinologista e tomei remédio pra emagrecer e ansiolítico, pra diminuir a ansiedade. Os remédios me fizeram mal e acabei desenvolvendo síndrome do pânico. Fiquei uns três meses praticamente trancada dentro do quarto, só saía pra ir ao banheiro, nem com a minha família conversava direito.”
Começou a fazer tratamento psicológico e psiquiátrico e foi diagnosticada com Síndrome de Borderline. É uma doença muito confundida com o Transtorno Bipolar porque alguns sintomas são os mesmos, como oscilações de humor, agressividade, irritabilidade, depressão, mas com algumas características mais graves como a automutilação. Como consequência da doença, Taís começou a se cortar e ficou um tempo internada em um hospital psiquiátrico. Pesando 145 kg, Taís mal conseguia andar. Além do peso do próprio corpo, sofria com os oito pinos na coluna, resultado de um acidente de carro ocorrido aos 20 anos de idade. Por causa disso, tem algumas restrições de movimento.
Uma psicóloga sugeriu que ela procurasse um médico para fazer a cirurgia de redução de estômago. Fez tratamento psicológico e psiquiátrico durante um ano antes da cirurgia e um ano depois dela. Taís precisava adaptar o estômago a uma nova realidade e adaptar a cabeça a um novo estômago. “Esse tratamento mudou a minha forma de ver a comida. Antigamente, eu tinha aquela ansiedade com doce. Qualquer problema que acontecia, eu estava enfiada num pote de sorvete; qualquer coisa legal, eu me enfiava numa panela de brigadeiro. A minha relação com a comida era muito emocional”.

Antes da cirurgia de redução de estômago
A cirurgia ajudou a provocar uma mudança de comportamento em relação à comida. “Quando fiz a cirurgia eu não conseguia comer mais. Eu comia uma colher de brigadeiro e passava mal. O estômago absorve açúcar numa velocidade muito grande e o organismo não acompanha. Tive a Síndrome de Dumping: o coração dispara, você começa a suar, sente sono, enjoo… Tive que me acostumar. Eu olhava o doce e pensava: se eu comer duas colheres eu vou passar mal. Então comia só uma colher. E sentia os mesmos sintomas ao tomar leite, comer fritura… Quando você entende que seu estômago está de um tamanho desproporcional ao que você comia e, se você comer a mais, vai vomitar, porque seu estômago não comporta, é obrigado a entender como deve realmente comer.”
Taís, uma típica nerd com muito orgulho, é daquelas que chega a ficar 12 horas estudando e trabalhando no computador, não se cansa e se diverte com isso. É do tipo que encara maratonas de videogame – só interrompeu uma para me dar esta entrevista – e adora séries e filmes com super-heróis. “Sou uma pessoa que trabalha com o cérebro o tempo inteiro e, praticamente, não utiliza o corpo pra nada”.
E como nerd, aprendeu a se alimentar pesquisando os alimentos por conta própria. Sem ajuda de nutricionista, Taís descobriu os alimentos que continham ferro, proteínas, vitaminas, etc., alimentos necessários para ficar saudável.
Mas, cinco anos depois da cirurgia de estômago, feliz com seu peso, a sedentária Taís decidiu que precisava se movimentar. Além de ficar horas em frente ao computador e não fazer atividade física, é fumante. “Não tenho fôlego pra nada, sou extremamente sedentária. Apesar de ter um hábito alimentar muito bom por causa da cirurgia, eu não faço exercício nenhum, não tenho costume. E aqui em casa ainda tem escada. Às vezes subo e desço umas duas vezes e já fico sem ar”, conta ela.,
Por isso, Taís resolveu encarar o Desafit60, um programa de reeducação alimentar e qualidade de vida de três meses de duração, planejado pelo educador físico Fernando Provete, pós-graduado em Obesidade e Emagrecimento pela Universidade Gama Filho, e pela nutricionista Barbara Rigotto, pós-graduada em Obesidade e Emagrecimento pela Universidade Gama Filho, pós-graduada em Nutrição Clínica pela Faculdade Estácio de Sá e pós-graduada em Terapia Nutricional pelo Hospital Odilon Behrens.
Amanhã você vai saber mais sobre o Desafit60 e como a Taís está encarando essa primeira semana de mudanças! #forçaTaís #DesafitdaTaís #desafit60 #desafiodaTaís #saiadainercia
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