By Marcel Telles
O amor contagia. É sério!
Você pode até não perceber, mas em qualquer situação da vida, onde verdade e felicidade se misturam, você será tocado de uma forma bastante especial. Quantas pessoas têm a oportunidade de viver aquilo que amam? Pois bem, foi assim que comecei a correr. Ainda hoje, um corredor de academia. Mas via ao meu lado tanto prazer que não tive escolha. Pensava comigo: Meu Deus, como assim, tudo isso por uma coisa tão simples? Confesso que não me apetecia em nada, mas acabei me rendendo. E não é que tomei gosto?!
Comecei na esteira devagar. E, ao passar do tempo, uma necessidade de ir cada vez mais rápido e mais longe começou a me instigar. A cada dia, eu queria testar meus limites, melhorar minhas marcas. Não, não me tornei um atleta olímpico, mas me bastava a satisfação de me superar a cada dia ou, pelo menos, não retroceder no tempo e na distância.
Quando você ama, é foda! A Lu nunca desistiu de um dia me levar para correr, e eu sempre soube que isso é uma das coisas mais importantes na vida dela. Ela queria dividir aquilo comigo, toda felicidade que ela sente quando corre. E como assim, eu não queria?
Ela não se conformava de que eu não queria investir mais tempo, do pouco que me restava, com mais um “compromisso”. Eu já sentia a sensação de dever cumprido nos 40 minutos diários dedicados à esteira. Isso era dela e não meu! Eu só fui entender quando pensei na minha paixão desmedida pela música. Tudo o que representa pra mim e o quanto é bom compartilhar com as pessoas que amo, tudo o que eu sinto quanto estou tocando. Decidi então ir pra rua e sentir ao lado dela toda a sua paixão pela corrida.
Na primeira tentativa, quase morri. Meio “obrigado”, me aventurei em 5 Km que pareciam sem fim. Na rua é infinitamente mais difícil, mas o brilho no olhar dela por estarmos fazendo aquilo juntos foi o meu combustível
Terminamos a prova em 32 minutos. Acredito que não seja tão ruim para um quase walking dead. Quando penso no brilho e na alegria dela ao cruzarmos a linha de chegada, percebo que valeu a pena e que eu quero mais disso na minha vida.
Vê-la feliz e me sentir feliz por isso mexeu comigo. A corrida se tornou um sentimento bom, um momento de felicidade e de amor, simples e leve. Algo cada vez mais raro nos dias de hoje. Ainda continuo religiosamente na esteira. Infelizmente, meu tempo não me permite aproveitar a paisagem da lagoa na melhor das companhias sempre que eu quiser, mas prometi pra mim mesmo cada vez mais desses momentos na minha vida. Tanto é que voltamos a correr juntos, surpreendentemente 8 Km neste último final de semana. Um dia ótimo, divertido, com muita risada e suor. Os 8 passaram voando…
E que venham 10, 12 km… Pois hoje, na minha vida, “correr” é preciso!!!
Marcel Telles é músico, empresário e, agora, corredor!
Comentários