Por Elissama Assis
Nenhuma atividade física e, no café da manhã, refrigerante e coxinha. Maus hábitos que ficaram para trás depois que Beto Oliveira, 29 anos, se encontrou na corrida. Em busca de um esporte diferente que pudesse transformar de vez esse passado, ele escolheu a pista e, com muita dedicação e disciplina, alcançou rápidos “voos” em solo. Enquanto corria, a partir de março de 2011, foi observando o ponteiro da balança diminuir de 114 para 76 quilos, ao mesmo tempo em que se apaixonava cada vez mais pelo novo hobby. “Queria me dedicar a algo que me desse prazer. Achei fascinante a corrida porque ela é muito mensurável. Como corremos por tempo e quilômetros, por exemplo, podemos ter uma base de comparação, ou seja, estamos em constante evolução”, enfatiza.
Em oito meses, Beto já havia passado dos cinco para os 21 km da meia-maratona. Em seguida, em 2012, o doloroso desafio da primeira maratona foi cumprido em Amsterdã. Para ele, esses 42 km fecharam um importante ciclo de vida: o de ter-se iniciado nesse esporte, transformando o seu dia a dia, com muitos treinos, novos hábitos, além de ter passado pelo processo de perda de peso. Em 2013, uma nova linha de chegada foi ultrapassada. Desta vez, na maratona de Buenos Aires.
Em 2014, ele conseguiu cumprir três maratonas no curto período de 35 dias! Repetiu a de Buenos Aires, fez a de Curitiba e a de Nova Iorque. “Acho o treinamento a parte mais difícil. É preciso ter respeito por uma maratona, é praticamente impossível terminar a prova sem sentir dor. Na minha primeira, por exemplo, estava bem até o quilômetro 40 quando tive uma fasceíte plantar”, conta Beto que treina com assessoria esportiva.
O trabalho com a corrida
No meio desse novo caminho percorrido, mais uma grande transformação. O publicitário começou a “respirar” corrida quando, em abril deste ano, foi contratado pela Asics, em São Paulo, como coordenador de esporte/marketing, mantendo relacionamento com as assessorias esportivas e os atletas (atletismo e triathlon) patrocinados pela empresa no Brasil. “O meu primeiro dia de trabalho já foi durante a prova W21k, a primeira meia-maratona feminina da América Latina”, lembra. Com o novo trabalho, ele não para em casa, vive viajando e, recentemente, participou pela primeira vez da Volta da Pampulha 2014 em Belo Horizonte, onde gentilmente concedeu esta entrevista.
Assim, Beto alia sua atividade profissional ao que mais gosta de fazer nas horas de lazer. Tudo isso acaba sendo uma grande diversão. “Sou apaixonado por corrida, portanto não me sinto trabalhando, sou grato por isso”, enfatiza.
Novos desafios
Nada de maratona em 2015. O plano agora é ganhar velocidade. Para isso, Beto vai participar de provas mais curtas durante o próximo ano. Em 2016, voltará a percorrer os sonhados 42 km. Desta vez, bem distante daqui: em Tóquio, no Japão.
“Outro sonho é terminar entre os 100 melhores na Golden Four Asics, uma tradicional corrida de São Paulo (21 km) na qual os 100 primeiros ganham medalhas de ouro”, adianta.
Para o publicitário, esse esporte vai crescer muito ainda no Brasil. “A corrida é muito democrática e isso é fascinante. Você nunca sabe a história de cada pessoa que está ali em uma prova. É um esporte que atinge todo mundo e deixou de ser apenas uma atividade física e de bem-estar. A corrida também é uma atividade social”.
Elissama Assis tem 35 anos, é jornalista, corredora e mãe.
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