No último post, a nutricionista Ingryd Moura deu várias dicas de alimentos que devem ser evitados pelas mamães durante a lactação.
Hoje, a nutricionista Priscilla Vitor Benedito, pós-graduanda em nutrição ortomolecular e biofuncional, seguidora da linha Paelo/lowcarb, vai falar sobre a importância de uma alimentação pobre em carboidratos e como isso interfere na perda ou aumento de peso. Ótimas dicas para as mamães que, após o parto, estão na luta contra a balança.
A primeira dica é que as mães devem se alimentar apenas quando tiverem real sensação de fome. Uma das preocupações da nutricionista é com o alto consumo de carboidratos refinados e integrais (como derivados de farinha de trigo e produtos que contêm glúten), bem como o excesso de grãos e cereais, causando elevação da glicemia e aumento na produção da insulina da mãe, podendo provocar desconforto no bebê.

Bolinho de paçoca by Carol Fádel
Para compreender melhor a importância da insulina e como atua no nosso organismo, Priscilla Benedito explica que ela é um hormônio cuja principal função é o controle da glicose, ou seja, do açúcar no sangue, fazendo com que os tecidos transportem a glicose para dentro das células para fornecer energia. O aumento da glicose no sangue estimula a produção de insulina e aí começam os problemas relativos ao ganho de peso.
Fatores negativos da insulina:
– estocar gordura nas células adiposas;
– manter a gordura dentro das células adiposas, impedindo de funcionar a enzima que degrada os triglicerídeos;
– estimular a transformação de glicose em gordura no fígado, aumentando os triglicerídios no sangue e o seu estoque nas células adiposas;
– estimular a síntese de colesterol no fígado;
– estimular a síntese de glicogênio;
– estimular o uso da glicose pelas células ao estimular a glicólise (formação de gordura);
– inibir a enzima LPL nos músculos, forçando o uso da glicose como combustível ao invés de gordura;
– reter sódio e água nos rins.
A ação da insulina também interfere no colesterol, triglicérides, hipertensão e diabetes.
Resumindo: se a insulina está alta no sangue, não é possível mobilizar a gordura para queima, ou seja, regular a insulina também significa regular o tecido adiposo.
Uma das consequências da elevação da glicemia e da insulina alta no sangue é o aumento da sensação de fome, fazendo com que se coma mais, aumentando o acúmulo de gordura no corpo. Isso acontece porque toda vez que se ingere um alimento, o corpo produz insulina. E se ela é ativada além do necessário, com várias refeições ao dia com fontes de carboidratos em pequenos intervalos, a insulina se mantém constantemente alta no sangue. Isso faz com que se aumente a produção do hormônio grelina no fígado, o que aumenta a sensação de fome.

Canelone de berinjela
Como a produção do leite aumenta a fome da mãe e ela precisa ingerir mais alimentos do que de costume, é ainda mais importante respeitar a individualidade bioquímica de cada mulher. A orientação da Priscilla é priorizar os carboidratos de raízes e legumes, como mandioca, batata-baroa, cará, cenoura, beterraba, batata-doce e abóbora-moranga.
Apesar de comprovado que o consumo de carboidrato eleva a produção de insulina na população em geral, a resposta de cada indivíduo à insulina depende de fatores geneticamente determinados. Por isso é preciso levar em consideração a individualidade dos pacientes e, também, das mamães em lactação.
De acordo com Priscilla Benedito, essas dicas podem ajudar as mães a ter mais atenção no consumo dos alimentos que vão interferir diretamente na perda de peso após o parto, além de não provocarem reações alérgicas aos bebês.
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