A primeira meia maratona a gente nunca esquece. E a segunda também não!
Quatro anos depois, lá estava eu de volta ao Rio de Janeiro para encarar os 21,0975 metros de um trajeto delicioso da meia maratona.
Uma semana antes da prova, a minha maior preocupação era se conseguiria completar o percurso. As lembranças da primeira experiência sempre vinham à tona. Como foi difícil a prova em 2010! Naquele ano saí mais forte do que deveria e tive que ir diminuindo o ritmo para conseguir ir até o final. O objetivo era fechar os 21km em 2h06’36”, mas completei em 2h15’28”.
E agora eu estava ainda menos treinada, pois só no mês de maio decidi que faria a meia. Além de aumentar o longão em um quilometro por semana, quase não consegui treinar durante a Copa do Mundo.
Para mostrar ao meu cérebro e ao meu corpo que eu seria capaz de fazer os 21k, seis dias antes da prova lá fui eu encarar 18km na Pampulha. Fiz o treino, mas me arrastei nos dois quilômetros finais. Então o jeito foi relaxar. Nada de pressão por tempo, pace ou qualquer coisa parecida! Meu único objetivo era fazer os 21km, nem que eu precisasse andar. E até tracei uma meta com meu treinador de fazer uma corrida intervalada, com 2x 300m de caminhada. Não foi preciso!
As dicas de três pessoas foram fundamentais para que a corrida fosse incrível, inesquecível! A Renatinha do Carmo me disse para dividir a prova em três partes, ou seja, três trechos de 7km cada. A ideia era enganar o cérebro de que seriam só 7km de prova. E como correr 7km é muito mais fácil do que 21k, é como se a corrida ficasse mais leve.
Depois o Cassinho deu um molho à sugestão da Renatinha: dedicar cada trecho da prova a uma pessoa querida. Afinal, como ele gosta de dizer, você não vai querer decepcionar essas pessoas, não é! A estratégia fez a corrida ficar ainda mais emocionante, além de dar motivação para encarar as dificuldades. Os primeiros 7k foram para o meu amorrrr Marcel; os 7k seguintes foram para a minha mama linda; e os 7k finais foram para meus queridos Richard e Robs!
Eles não sabiam dessa homenagem. A cada trecho completado eu mandava um beijo para cada um deles e ficava emocionada por estar realizando um sonho do qual os quatro fizeram parte. Sim, Marxel, Mama, Robs e Richard, vocês fizeram parte desta corrida!
Por último, a dica do maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima: começar num ritmo abaixo do habitual do treino do longão para conseguir crescer durante a prova e ainda ter gás para o sprint final. Dito e feito!
Completei a prova em 2h28’50”. Fiquei em 2201º lugar (474º na minha faixa etária) entre 3155 corredoras. Pra muita gente meu tempo é absurdo. Sim, eu corri devagar (por enquanto), mas tenho muito orgulho do que fiz. Apesar de o tempo ter sido pior do que da minha primeira meia maratona, esta prova foi incrivelmente melhor! E é assim que tem que ser!